Lá estava Paulo, no coração intelectual do mundo. Enquanto aguardava por Silas e Timóteo que vinham a caminho, o apóstolo dos gentios começou a enojar-se de toda aquela idolatria que imperava em Atenas.
Sua vontade era soltar o verbo, e esculhambar de vez com tudo aquilo. Sem conseguir se segurar, Paulo partiu pra sinagoga, e lá, num ambiente mais propício, ele esbravejou, discutindo com gregos e troianos, quer dizer, com judeus e gregos convertidos ao judaísmo.
Mas o caldo engrossou, quando chegaram os filósofos epicureus e estóicos. Espertos, trataram de tirar Paulo do ambiente religioso, e levá-lo para um ambiente secular, que, na opinião deles, não lhe era tão familiar. Com o apóstolo em desvantagem, eles poderiam “cantar de galo” em seu próprio terreno.
Levaram-no ao Areópago.
Quem ia à sinagoga, ia com a intenção de adorar ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó (pelo menos, em tese). Mas quem ia ao Areópago, ia em busca de novidades. O Areópago seria o equivalente à internet em nossos dias. Em outras palavras, 'terra de ninguém'.
Imaginemos que Paulo estivesse acompanhado de um crente legalista, do tipo com que a gente se esbarra por aí. Daqueles que se escondem por trás de uma fachada de santidade, ou por trás de um perfil falso na internet (fake), com direito a pseudônimo e tudo.