18 fevereiro, 2011

Fundamentalismo... O que é?

Eu to que só leio e posto né... mas vale a pena, são mensagens que me edificaram ou impactaram, e eu espero que faça o mesmo em vocês!!!


“O fundamentalismo é a negação do diálogo entre
pontos de vista diferentes.” - Richard Rorty


Atualmente temos ouvido bastante sobre fundamentalismo islâmico e as consequências dele no mundo contemporâneo, mas o que é o fundamentalismo e quando surgiu?
Fundamentalismo é uma palavra que nasceu no contexto religioso do protestantismo estadunidense em meados do século XIX e que se firmou na primeira metade do século XX. Tal movimento conhecido como “The Fundamentals: A testimony to the Truth (1910-1915)” tinha por objetivo a prática literal de todas as letras e sentenças bíblicas, e bater de frente com o que conhecemos como Teologia Liberal, que por sua vez, visava a análise histórico-crítica e hermenêutica da Bíblia. Existem ainda outros movimentos religiosos fundamentalistas como o “integrismo” do catolicismo-romano que visava à luta conta o racionalismo, comunismo e religiões não católicas. Tais movimentos, “apoiados” na Bíblia, agiram com certa dose de intolerância e radicalismo. Essencialmente fundamentalismo significa que um individuo não abre mão dos fundamentos de sua fé e desse ponto de vista todos nós cristãos somos fundamentalistas, o problema está em deixar que esse fundamentalismo se transforme em extremismo ou radicalismo.

O subtítulo* deste me leva a refletir sobre o seguinte: O fundamentalismo pode ser atribuído somente a um grupo religioso, político ou econômico especifico? Será que em alguns momentos de nosso cotidiano não somos fundamentalistas? Por exemplo: agredir o torcedor de um time rival ao meu não é uma atitude fundamentalista radical? Desprezar ou excluir alguém de nosso convívio, só porque não gostamos de seu sotaque, vestimenta, estilo musical, doutrina denominacional ou tribo, não pode ser considerada uma atitude fundamentalista extrema? Uma coisa é fato, existem muitos tipos de fundamentalismo e isso não é algo único e exclusivamente peculiar ao islamismo.
Será que nossos irmãos da igreja perseguida onde são a minoria não sentem na pele o fundamentalismo do Estado, da religião, dos vizinhos, dos familiares simplesmente porque crêem em alguém diferente (Jesus)? Aquilo que muitas vezes impomos a uma minoria (por intolerância) é o que nossos irmãos da Igreja Perseguida sofrem (pela intolerância) por serem a minoria onde vivem. Os cristãos do Irã, Coréia do Norte, Arábia Saudita, Afeganistão dentre outros têm enfrentado diariamente a rejeição e a marginalização de suas vidas por que acreditam no mesmo Deus que eu e você. Não por que querem forçar outros a seguir Jesus (isso seria fundamentalismo da parte deles), mas porque querem simplesmente professar sua fé com liberdade.
Com esta reflexão a lição que fica pra mim é: o fundamentalismo radical ou extremo gera diferenças e intolerância. O Senhor Jesus (que também conviveu com radicais, Fariseus, Saduceus, etc.) nos chamou para agregar e não para separar, para vivermos em uma comunidade harmônica a despeito das diferenças, para pregarmos seu amor com amor e não pela força ou religiosidade.
Jesus nos ensina a não impedir a existência do outro; mas sim compreender o outro e sua existência; e aceitar o direito que o outro tem de viver segundo suas convicções ainda que não concordemos com elas.
Marcelo Peixoto é 
voluntário do underground em São Paulo

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